Reinaldo Cruz

Sem citar nomes, Bruno Covas cutuca Bolsonaro: "São Paulo mostrou que restam poucos dias para o negacionismo"

Doria indica migrar para um espaço que Covas já ocupa. Ao falar com jornalistas após votar, ontem, ele citou três vezes a palavra “democracia” e disse que a reeleição era “um resgate” do partido no plano nacional. Ao Estadão, na semana passada, defendeu diálogos com a “centro-esquerda”. É um discurso diferente da oposição inegociável ao PT apresentado na eleição de 2018, quando ele defendia o slogan “Bolsodoria” e tentou uma aproximação de Jair Bolsonaro.

Mas Covas, que já se apresenta no centro, obteve o resultado de ontem com uma estratégia que deixou Doria de fora da propaganda e, na campanha, manteve a cordialidade com o adversário. Ele defendeu “a responsabilidade fiscal com justiça social” e, internamente, no PSDB, prestigiou tucanos que haviam perdido força após março de 2019, quando Bruno Araújo, candidato de Doria, foi eleito presidente da legenda.

A eleição “tem sentido de uma vitória porque Doria é o governador e o Bruno Covas foi seu vice-prefeito”, disse o cientista político José Álvaro Moisés, professor da Universidade de São Paulo (USP). “Mas Covas é um perfil que aponta para a recuperação da identidade social-democrata do partido e, nesse sentido, não se pode dizer que é uma vitória acachapante do João Doria.” 

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